Mulher Cristã

 A falsidade se esconde no olhar, os olhos não conseguem disfarçar, ainda que todo o resto pareça ter boa índole, um mau caráter se enxerga de perto, a distância mascara alguns sinais, mas quando a gente olha no olho, não sobram dúvidas sobre a verdadeira identidade desses falsos profetas. Muitos tem sido os comentários sobre a identidade cristã e as suas instituições, colocam em discussão a trajetória, o caráter e as doutrinas de todas as igrejas. Há que se pensar para onde caminha o povo, qual a trajetória daqueles que se submetem aos modismos religiosos, não há espaço para julgamentos sobre quem é certo ou quem está errado, no fim, somos todos culpados, condenamos uma multidão de fiéis ao ostracismo religioso, pela permissividade com que aceitamos condutas inadequadas dentro das congregações, o certo e o errado é manipulado conforme as necessidades da sua liderança, e o povo que sabe, finge que não vê ou não quer acreditar que haja lobos hipócritas, vestidos de ovelhas, dentro d...

 A gente diz não, por diversos motivos, sem pensar, ele chega naturalmente, é sempre a primeira resposta quando alguém pede alguma coisa. Com ele, não há comprometimento ou compromissos complicados assumidos. O não, é sempre definitivo, tipo encerra o assunto, sem chances para a insistência. Em algumas situações, esse não, é sem explicações, não tem justificativas, foi o que apareceu primeiro, é mais fácil responder não, a palavra sim demora mais, não pronunciamos com tanta facilidade. Quando dizemos não, para alguma solicitação, fechamos talvez, a única porta que essa pessoa teve para bater, esse não, encerra sonhos, extermina a esperança, acaba com todas as possibilidades para quem o recebe. Antes de dizer não, reflita, para para pensar se há necessidade de ser tão incisiva, esse não descompromissado, pode virar um sim e mudar a vida de alguém. Quando temos o controle nas mãos podemos mudar o canal da mesmice, do fazer sempre a mesma coisa, antes de negar definitivamente, avalie ...

 Todas as vezes que os planos não seguem conforme o planejado, ou que algo não acontece conforme os nossos desejos, perdemos tempo tentando entender essas contradições. Sempre que a meteorologia erra na previsão do tempo ou acerta em todas as possibilidades ou quando o médico diz que não tem mais jeito e alguém renasce ou confirma a projeção inicial, consigo enxergar somente a voz de Deus dizendo "eu que mando nessa bagaça" e por mais capacidades adquiridas na condução dessa vida, é ele quem dá a última palavra. Vivemos aflitos por não conseguir realizar algumas coisas ou porque algo saiu fora do controle, andamos com o coração angustiado, preocupados, pensando no que pode acontecer ou em como vão se realizar e essas indagações sem respostas enchem a nossa cabeça de dúvidas, como vai ser? Importa saber, que nada está fora do controle, as coisas vão acontecer conforme a sua vontade e sob a sua supervisão, confia em Deus, entrega nas mãos dele todas as suas vontades e ora para ...

Quando temos um contato próximo com a morte, pensamos em grandes alterações sobre o nosso modo de viver, a gente acha que não extraiu da vida, o que tem de melhor e nem vivemos tudo que tinha para viver, planejamos mudanças de comportamento, alterações na rotina, fazemos promessas de viver mais intensamente os relacionamentos, valorizar melhor alguns momentos, cuidar melhor da família e da saúde, não negligenciar as práticas de atividade física, dormir mais, abolir o estresse. Essa proximidade com o fim, nos leva a compreender que não somos mais especiais e que tudo tende a terminar a qualquer momento e a gente se desespera, promete coisas, toma decisões, faz planos, dá conselhos sobre como a vida deve ser aproveitada em toda sua capacidade, nos preocupamos com outras pessoas e convidamos a todos para compartilhar dessa nova fase, dessa vez vamos ter uma segunda chance. O problema é que os dias passam, a segunda chance acaba e esquecemos todas as promessas de uma vida diferente, a noss...

Ontem, recebi na loja a visita do Benjamin, ele tem 04 anos, é um cliente, sempre que vem à loja, compra livros ou brinquedos, ele adora vir aqui e esse ano o projeto pedagógico da sua escola, é sobre janelas e o que representam para cada um, eles tem o privilégio de morar numa cidade tombada pelo patrimônio histórico e com um casario antigo bem preservado, para complementação do trabalho, cada criança deveria fotografar a janela da cidade que eles mais gostavam e dizer o que elas representavam e nomeá-las. O Ben escolheu fotografar a janela da minha loja, segundo ele, "a janela do brinquedo", essa é a janela mais importante da cidade, é aqui que ele vem comprar brinquedos e isso é de uma importância fundamental. Fiquei pensando nas suas motivações, no quanto ele gosta de vir aqui e na importância daquela janela azul na vidinha dele e lembrei de quantas vezes não tive coragem de abrir as minhas janelas, para não ter que expressar o que sentia. Com o tempo, a gente perde a cor...

Algumas pessoas riem com os olhos, enquanto outras carregam no olhar uma tristeza profunda, é possível perceber em todas as suas ações, essa falta de alegria. Riem, mas o riso é triste, se esforçam para mostrar que não tem problemas algum, mas o olhar denuncia. Tem inquietações em parecer bem, sem olhar para dentro de si e perceber que falta algo que preencha o seu sorriso, não é completo, em todo o tempo tentam parecer felizes, mas um olhar triste, não pode ser corrigido com a maquiagem adequada, saltam aos olhos, nenhuma mega produção esconde ou  mascara esse desânimo, ainda que sejam fotos produzidas em laboratório, milimetricamente planejadas, se olhar com cuidado, com sensibilidade, intimamente, dá para perceber. Alegria no olhar, nasce no coração e não depende de ações planejadas, nem com efeitos especiais. Gente feliz não se preocupa em mostrar nada ou se a foto vai ficar boa, vive o momento, as gargalhadas são espontâneas, sem afetação, não há desgastes, se o cabelo tem fio...

 Olho para todos os lados e vejo dor, tristezas e dificuldades em todas as direções, busco explicações e justificativas e o que encontro não responde as inquietações.Tem muita gente sofrendo, mas em meio a esse caos, um oásis de paz, protege algumas famílias, estão felizes e seguras, longe desse furacão, não percebem a gravidade do momento difícil, pelo qual a maioria das pessoas está passando. Tem gente que começou um novo emprego, algumas começaram um novo negócio, outras, nenhum contato com a covid, ninguém doente por perto, tem gente feliz, enquanto outras viram a vida ruir, perderam pessoas, perderam empregos, passam por dificuldades financeiras, lutam para seguir vivos. Não há nada que possa justificar essa calmaria, essa ausência de dor, essa calma em meio à tempestade, faltam explicações. Chegam aos nossos ouvidos, indagações sobre os motivos, histórias que comovem os sentimentos e nos fazem perguntar, por que ele e não eu? Tempo de tristezas ou de alegrias, é difícil viver...