Segunda chance

Quando temos um contato próximo com a morte, pensamos em grandes alterações sobre o nosso modo de viver, a gente acha que não extraiu da vida, o que tem de melhor e nem vivemos tudo que tinha para viver, planejamos mudanças de comportamento, alterações na rotina, fazemos promessas de viver mais intensamente os relacionamentos, valorizar melhor alguns momentos, cuidar melhor da família e da saúde, não negligenciar as práticas de atividade física, dormir mais, abolir o estresse. Essa proximidade com o fim, nos leva a compreender que não somos mais especiais e que tudo tende a terminar a qualquer momento e a gente se desespera, promete coisas, toma decisões, faz planos, dá conselhos sobre como a vida deve ser aproveitada em toda sua capacidade, nos preocupamos com outras pessoas e convidamos a todos para compartilhar dessa nova fase, dessa vez vamos ter uma segunda chance. O problema é que os dias passam, a segunda chance acaba e esquecemos todas as promessas de uma vida diferente, a nossa mente não está condicionada para essas grandes mudanças, até que o próximo episódio de perda, avive as antigas promessas. Será que precisamos viver esses episódios tristes para trazer à memória a importância da vida e daquilo que realmente é vital para a nossa sobrevivência? Será que não podemos fazer essas mudanças espontaneamente?Deixo esses questionamentos para que pense no quanto de desperdícios ou atividades inúteis tem acumulado nos melhores dias da sua existência, hoje é o dia especial, tem tanta coisa boa para fazer, não podemos esperar morrer para perceber que a melhor coisa do mundo é fazer o que gosta no tempo certo.

 

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