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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Colcha de retalhos

 Algumas pessoas vem a esse mundo para juntar os pedaços, reunir as partes, como em uma colcha de retalhos, aprendem a cerzir os pedaços esgarçados, juntam as peças que combinam entre si, fazem costuras caprichadas para grudar uma a outra. Tem gente que consegue enxergar beleza em tudo, por mais difícil que pareça não deixam que obstáculos impeçam a passagem. Algumas dessas pessoas vão em busca dos seus objetivos agregando pessoas aos seus sonhos, não pensam em levar só para si os louros da vitória,  não temem o mal olhado, repartem tudo, sem esconder as suas conquistas, conseguem ser felizes vendo o outro vencer. A vida dessas pessoas é abençoada pela disponibilidade em se doar, no livro de Corintios fala desse amor incondicional e o apresenta como algo quase impossível de ser alcançado pelos homens comuns, mas possível para esses seres especiais. Das peças coloridas que conseguem juntar aquecem a vida de todos aqueles que desejam se juntar nessa empreitada de ajuda incansável. Vou pe

Razão e emoção, caminhos controversos que levam ao mesmo lugar

 Pautar decisões importantes focando apenas a razão, traz certa obscuridade à nossa vivência, nos tornamos duros em algumas situações, se por outro lado, seguirmos apenas o coração, o lado dos sentimentos, das emoções, aumentamos os riscos do arrependimento. Decisões envolvendo emoções, quase sempre não são produtivas, porque envolvem sentimentos e momentos controversos, ora sentimos raiva, em outros amor. vivemos momentos de sensatez absoluta e outros de pura loucura. Contrapor essas duas vias na tomada de decisões é fundamental, mesclar esses dois caminhos distintos abre precedentes para um universo de possibilidades infinito. A razão em todos os sentidos é pura ciência, emoção abre portas para as opiniões, para os valores culturais, para o nosso jeito. Sabedoria na tomada de decisões acertadas vem da mistura desses dois ingredientes, razão e emoção, a gente se coloca no lugar do outro e consegue enxergar pontos escuros dessa relação, clareia ver o que o outro pensa. Sempre que estiv

quem sabe faz a hora, não espera acontecer

 Esse ano, não quero saber de promessas vazias, coisas que prometemos na certeza de não cumprir. A promessa de ano novo é fazer valer as vontades, realizar os projetos engavetados, viajar as viagens planejadas em anos anteriores, nada de promessas novas até que as velhas se cumpram. A tendência das novas metas é apagar as anteriores, vira o calendário e o que ficou não se cumpre. Mas, quando temos fé e  foco naquilo que desejamos, o tempo não define as circunstâncias das conquistas. Corre atrás dos seus objetivos, acredita que pode alcançar cada um deles, se perseverar nessa busca, vai conseguir. E daí que o ano mudou, isso não é parâmetro para fazer desistir, quem se importa que seja um ano ou outro para concretização de um objetivo. Não vale por o pé no freio, porque virou o calendário, continua acelerando que uma hora a estrada acaba e chega lá, onde deseja estar. Quem demora na espera porque o ano acabou, corre o risco de ficar sem tempo, até o outro iniciar. Uns esperam o ano acab

Esperança é a última a dizer adeus

 Um pedaço de nós é arrancado a força quando abrimos mão dos nossos filhos, para que o mundo os conheça. É doido demais deixar que criem suas próprias regras, que finquem suas raízes onde desejam estar, a gente finge que não sente, que eles podem ir sem voltar. Os filhos não seguem os nossos caminhos, constroem suas estradas do jeito que entendem ser o jeito certo e o nosso papel principal fica para um segundo plano, o "nosso jeito" já não existe, as nossas vivências se apagam, os valores mudam, tudo que fizemos pensando em futuro não serve de nada, tudo agora, tem um preço que não estamos dispostos a pagar. A gente olha a estrada, na esperança que dia desses, algum possa voltar para dizer que estamos certos nas nossas convicções, que aprenderam e querem seguir o caminho que preparamos para caminhem tranquilos, na direção certa. Todos os dias, os caminhos mudam, o jogo se torna mais difícil e a gente muda as regras na esperança que venham jogar o seu jogo. Os olhos não perdem

Brilho no olho, diz tudo

 Brilho no olho, é tudo, remete a verdade, desfaz as máscaras, não esconde nada, mostra o nosso interior. Podemos não falar sobre o que estamos sentindo, dá até para esconder algumas situações, usar todas as técnicas disponíveis para parecer bem nas fotos, mas quando olhamos bem de perto, olho no olho, ninguém consegue disfarçar um olhar triste. E a gente entristece por muitos motivos, o nosso olhar é transparente diante da tristeza interna, talvez seja por isso que as marcas do tempo comecem a aparecer em torno deles. Tenho visto imagens e mais imagem de gente parecendo estar muito feliz, mas é visível uma certa tristeza no olhar na maioria delas. A pergunta sem resposta é, por que esse sofrimento silencioso se mostra tão aparente no olhar?  Na maioria dos casos, pura solidão, falta de estar com alguém. Leandro Karnal, trouxe no livro "O Dilema do porco espinho, uma reflexão sobre a necessidade de estarmos juntos, sermos aquecidos por essa proximidade e ao mesmo tempo sofrer as d

Saída estratégica

  Quando os pés cambaleantes e os olhos cansados e turvos não encontram um caminho de fuga, a saída de emergência, a porta de escape, na medida e no tempo da necessidade, bate um sentimento de abandono, de ser o filho que não tem mãe ou  que não tem um colo, de "ser abandonado". Essa fraqueza toma conta do nosso ser, invade a alma e torna o mais forte de todos, num poço de fragilidade, a gente vira gelatina. A força, presumo,  vem do "enxergar o caminho", do "saber onde está pisando", do "ter o controle". Ainda que seja um poder subjetivo, irreal, porque no fundo não há controle, não detemos o poder sobre nada, somos poeira cósmica. E é esse medo de não encontrar a saída, a incerteza, que desvia o foco dos nossos pensamentos, que fecha a torneira das possibilidades e remete a coragem adquirida com a maturidade e as repetidas vezes que vencemos os mesmos desafios, ao patamar de principiante, de jogador estreante na final do campeonato, de quem est