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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Eu ou nós

Já não sei dizer todas as coisas que me dão prazer. Com o passar dos anos, perdemos a capacidade para saber das coisas que gostamos de fazer, daquilo que já gostamos outrora. Poucas, são as oportunidades para preencher o tempo, com atividades que alegram o nosso ser. Já fui moça, e lembro bem, que as coisas funcionavam de outro jeito, era só eu que importava, agora são tantos compromissos, que não sei ao certo se quero fazer, porque "eu" não importa, o "nós" é que conta. Chega um tempo, que a gente deixa de existir como pessoa, vivemos em função dos compromissos familiares. A gente trabalha, trabalha e volta e continua trabalhar e paga contas e compra coisas e trabalha de novo, e faz comida e lava a louça e trabalha e lava a roupa e logo começa a passar e trabalha tudo de novo e começa novamente o processo. É tudo tão automático, que a gente deixa de perceber a passagem do tempo e esquece que aquele momento não vai mais voltar. Guardo na mente, o tempo que era eu,

Não tenho tudo, mas o que tenho é mais que suficiente

Escolha ser feliz com o que tem, é ilusório pensar que precisa de coisas para viver alegre. A gente não precisa de nada, além daquilo que foi colocado em nossas mãos. Até porque, a gente só sente falta daquilo que pensa que deveria ter e não tem, são essas pequenas frustrações que fazem a gente pensar que não pode levar a vida de forma mais leve, é tudo fruto da imaginação, o riso e a alegria acompanham quem decide valorizar o que tem e preencher os espaços das coisas que faltam com gratidão. Quando entendemos que Deus dá exatamente a quantidade certa de tudo, deixamos de pensar em desejos doentios, que impedem a nossa felicidade completa. Dê valor aos sentimentos, às pessoas que querem o seu bem, às suas conquistas profissionais, à sua família, aos seus amigos, às coisas que conseguiu comprar com o suor do seu trabalho, tem gente que tem todas as coisas que almeja e não consegue encontrar a felicidade e outras que desejam exatamente o que você tem, para poder rir. Essa insatisfação q

50 e poucos anos

Os casamentos que sobrevivem ao período da menopausa, e as mulheres cinquentonas, não acabam mais, são fortes, vão até o infinito. Esta, talvez, seja a fase mais complicada para um casamento, a gente se transforma, de linda borboleta, para uma lagarta suada, como é difícil vencer esta fase. A gente se irrita por qualquer coisa, faz sacrifícios enormes para manter a calma. O sexo vai para o quinto plano. Derruba tudo que tenta pegar com as mãos. Sente calor, encharca o cabelo de suor, levanta, acende a luz, derruba o abajur, troca o pijama molhado, liga o ventilador de teto, que não é suficiente, coloca outro mais potente no chão, levanta para desligar após um tempo, tropeça no que está no chão. Dali a pouco, acorda de novo, porque está com frio, desliga tudo, procura uma mantinha para cobrir de madrugada, mas quer aquela específica que não sabe onde está, abre portas dos armários, acorda o marido que finge dormir ao lado, se cobre, passa mais um tempinho, está com calor de novo, joga

Eu, tenho o controle e a força

Mulheres, para sermos respeitadas, necessitamos provar que somos fortes, que a gente vai além, a força física é menor, esse é o único obstáculo que, talvez, possa impedir uma mulher de ser grande, em qualquer atividade que deseje exercer, digo talvez, porque algumas já conseguem competir em igualdade, no quesito força. A gente cresce ouvindo "você tem que ser forte" "você tem que ser a melhor" "você não pode fraquejar" "você tem que vencer" "você precisa estudar mais para ficar em primeiro lugar" "se não se arrumar, não vai casar", porque além de todos os obstáculos, ser mulher já nos define, como mais fracas, menos competentes ou incapazes para exercer algumas funções, e a gente segue, matando um leão por dia, para provar que com muita dedicação e empenho, a gente consegue.Vi, numa cena da novela, o desabafo de uma das personagens, que estava cansada de ter que ser forte em todos os momentos, porque era mulher, pobre, negra

Esperando o tempo passar

Esperamos o tempo, para corrigir algumas situações. Esperamos em Deus, a solução de alguns problemas. Esperamos mudanças, no outro, para que a nossa vida tenha outro destino. Esperamos mudanças no governo, na economia, nos relacionamentos, nas coisas que não desejamos fazer, no trabalho que não queremos exercer, nas decisões que não queremos tomar, enfim, todas as mudanças em stand by, em espera, estagnadas, aguardando o mundo girar em nossa direção, de forma positiva, fazendo as alterações necessárias, colocando o trem nos trilhos, para seguir em direção ao sucesso, usando até um vocabulário positivo. Esse modo, em espera, pode durar a vida inteira, anda um passo para a frente e volta dois, porque sem atitude e tomada de decisões, acertadas, as mudanças não acontecem. Mesmo com a maior fé do mundo, acompanhada de muitas orações, se não se esforçar pela resolução dos seus problemas, da forma adequada, nunca serão solucionados, e não adianta uma solução ineficiente, as mudanças só oc

Família unida é um bem necessário

Por maior e mais fortes que sejam os laços que unem uma família, não há nada que justifique o distanciamento pelo qual passam alguns núcleos familiares. É cada vez mais comum mantermos certa distância, para não conviver com situações que causam conflitos. Não temos paciência para suportar pessoas complicadas, gente que gosta de criar confusão, a gente não quer saber de pessoas que causam situações constrangedoras, que não se enquadram dentro das nossas caixas de comportamento adequado. Mas daí, lembramos que Deus tem um propósito em todas as situações, tudo que vivemos tem o intuito de ensinamento, quando a gente se afasta, o problema não se resolve, fica rodando em nosso entorno e fica uma marca, um vazio, no lugar do espaço que essa pessoa ocupa em nossas vidas. Qual pessoa nunca se cansou de alguém? Quem pode dizer que nunca desistiu da convivência com algum familiar? O mais difícil é conviver com a culpa, que de vez em quando vem à nossa mente, será que poderia ser diferente? Muit

Casa vazia

A casa está vazia, não há movimento, senão o vento que adentra seu interior, balançando folhas, batendo as portas, trazendo um pouco da vida lá de fora. Os degraus na sala, engana aos desavisados, cuidado. Abre as suas portas, deixa eu também entrar, quero saber da sua vida, me conta sua história. Vejo você abandonada e me incomoda a sensação de impotência que tem diante do tempo. Alguém, em algum momento sonhou com você, planejou, construiu e viveu histórias felizes nesse lugar. Penso se alguém foi feliz aqui. A casa vazia, carrega uma tristeza, paira no ar uma falta de movimento, falta de vida,  destituída de toda a alegria dos momentos em família, vividos ali,  assim, sem habitantes, perde a imponência de tempos outrora. As portas largas, as paredes resistentes, os batentes largos em madeira maciça, ainda sustentam com firmeza os alicerces daquilo que um dia foi um lar. Os móveis e objetos carregam as marcas do tempo, um bom gosto mesclado a uma decadência eminente, não se rendem a

Quando a gente morre

Quando a gente morre, deixa para trás alguns projetos inacabados, bens materiais, objetos de grande estima e saudades no coração de algumas pessoas especiais. Leva consigo apenas as lembranças dos momentos vividos. Cessam as mágoas e os ressentimentos, perdoadas estão todas as desavenças. Quando a gente morre, morre também a vida no entorno da nossa existência. Ficam apenas o vazio e a saudade dos momentos compartilhados. Quando a gente vive, começa e termina todos os projetos e não se preocupa sobre os bens e objetos quando não houver vida, gasta tempo e dinheiro para viver. Quando a gente vive e morre curte todos os momentos sem pensar em morrer Quando a gente morre e esquece de viver, só lembra que vai morrer, esquece que a vida é de quem quer viver e quando morrer não vai lembrar o que é viver

Um brinde à comunhão

A vida perde o sentido quando não buscamos motivos para vivermos em comunidade, alimentar esse sentimento de paz e união preenche a alma, acalma o coração. Estar junto, faz a gente enxergar o futuro com mais perspectivas. Acreditar que, em nome desse amor, todas as concessões valem a pena. Quero propor um brinde, a todas as palavras que não foram ditas, no intuito da paz. Outro, para os abraços que  não foram dados, e que em algum momento trouxeram tristezas, por não terem acontecido. Lembro também dos encontros,  lembrar com nostalgia, que foram desejados e nenhum movimento foi feito para que fossem realizados. Um outro brinde ainda, para a saudade, pessoas que queremos encontrar, lugares que desejamos voltar e aqueles que não podemos morrer sem pisar. Que a vida,  não seja só de desejos e sonhos frustrados, que seja uma realidade atraente, sem medos e culpas enchendo o coração e a mente. Que todos os abraços, sejam preenchidos com afeto, que o beijo seja de amor, que as palavras sej