Deixa ir

 Estamos inertes, cansados, tentando manter ao alcance das mãos, algumas coisas que não nos pertencem mais, sofremos, fazendo malabarismos para tentar segurar, não soltamos as cordas do lastro e corremos risco de afundar. Cessa  o direito da propriedade, da posse, do manter preso a qualquer custo, não importa quem é o dono legal, abre o espaço para a liberdade de deixar ir. Esse desprendimento é libertador, traz uma paz, uma leveza na maneira como nos posicionamos diante da vida. Quando nos desapegamos daquilo que impede os nossos movimentos, que mantém braços e pernas presos, a gente se liberta, nos descobrimos capazes de voar. Deixa ir as coisas, deixa ir a comodidade, deixa ir o apego, deixa ir o tempo, deixa ir os relacionamentos, deixa ir o que não dá tempo, deixa ir o que não tem movimento, deixa ir o que está morto,  deixa ir tudo que não consegue carregar, deixa ir as convicções, deixa ir as opiniões, deixa ir os ideais, deixa ir o que não tem jeito e até o que parece perfeito. Deixa ir, há liberdade nesse movimento, o retorno da maré, traz de volta, o que deve ficar, conforme-se, porém,  que algumas dessas coisas, o mar da vida leva para outro lugar, deixa ir...

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