Uma pitada de sal

 Não há nada mais subjetivo que uma pitada de sal, tempera conforme o desejo de cada punhado, sem errar a medida e sem se importar com a repetição do ato, em todas as vezes, mede a mesma quantidade, exemplo de austeridade e autocontrole, não tem erro, pitada é uma medida eficaz . Na vida, uma pitada pode representar coisas totalmente diferentes, quase a mesma coisa que dizer, sal à gosto, para quem não sabe cozinhar. Para não errar, é imprescindível o equilíbrio, a moderação, nas palavras e no jeito de agir. Nem sempre a pitada de sal corresponde a necessidade daquele momento, nem pense em quantificar a pitada, a matemática não consegue resolver essas questões, é no olho mesmo, sem ciência ou balanças sofisticadas. A gente vai aprendendo, com o tempo, a calcular essas medidas subjetivas, com precisão, basta experiência e atenção às necessidades de cada momento. Tem gente que gosta de ficar junto, outras bem separada. Alguns gostam de pimenta, de gato, de cachorro abandonado, de jiló e não gosta de bem casado, tem uns que gostam de doces e outros preferem salgados, tem pessoas que amam viajar, outros, de ficar deitado no sofá. Se a pitada de sal fosse precisa, era só medir a quantidade e deletar a expressão, a pitada deixava de existir e a gente ia só medir, mas gente é diferente, não tem medida precisa, por mais contas que faça, o resultado é sempre irregular. Para entender a medida de um, não adianta usar a experiência anterior, tem que começar a resolver a equação do zero, até a conta acabar. A experiência é grande e única aliada, no jeito de medir, a pitada.

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