Algumas feridas renascem

 Algumas feridas não saram, tornam-se parte permanente do nosso corpo, insistem em morar definitivamente em nossos corações e mentes. Camufladas entre sentimentos e situações,  passam despercebidas, escondidas em meio às dores recentes, que tomam maior atenção. Mas, basta um único toque, um esbarrão, um deslize ou mal entendido que elas tornam, pulsantes, a dar o ar da graça. Qualquer ação desprovida de bom senso, por menor que seja, desperta a fera, acordam o gigante que parecia adormecido e as dores que pareciam saradas, esquecidas e perdoadas, retomam fortes, doídas, capazes para fazer sofrer, trazem à tona todo o sentimento ruim por ela, um dia, emanados. O corpo parece absorver esses sentimentos de forma permanente, porque basta uma palavra, uma ação qualquer e toda sua ruindade vem à tona, agressiva, cheia de raiva, um desejo de vingança evidente, pronta para brigar tudo de novo. Não basta perdoar, se a gente não esquece, precisa avisar ao sentimento, que em algumas situações, a força de vontade não faz adormecer a mágoa, é necessário tomar a decisão de não sofrer por qualquer gatilho, que acione essas dores antigas, acobertadas por um falso perdoar. Por mais que a  gente se disponha a esquecer, se não tomar a decisão, é só questão de tempo, o gatilho é apertado, a raiva vai ser acionada, e o alarme torna a soar, luzes vermelhas são um perigo, faz a gente sofrer tudo de novo.  Feridas mal curadas, tendem a sangrar, quando não são tratadas da forma correta, alguns remédios, como o esquecimento, camuflam a sua real gravidade, tem coisas que só o coração pode dizer o quanto doeu, basta uma palavra que a ferida sangra tudo, de novo.

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