Tudo bem, como você está?

 Estar perto, poder abraçar, conversar, segurar a mão, falar baixinho bem próximo ao ouvido, comer juntos, tomar um café, enxugar as lágrimas, dar apoio, rir de coisas que nem são engraçadas, compartilhar segredos, são coisas que a gente faz com quem temos intimidade, não fazemos essas coisas com qualquer pessoa, e para ter intimidade tem que estar por perto, marcar o território com a nossa presença, ocupar o espaço. O distanciamento produz uma perda de intimidade, de pouco em pouco, vai faltando assunto, não tem sobre o que conversar, não sabe mais como a pessoa pensa, perdemos a capacidade de saber sobre o que está sentindo, como está vivendo, se está sofrendo, se precisa da nossa ajuda, se está tudo bem. Marcar presença física junto as pessoas que amamos, nessa pandemia, não é recomendável, mas nada pode impedir alguém de se fazer presente na vida do outro, os inúmeros meios para a comunicação estão ao alcance de todos. Não custa nada um "tudo bem, como você está?", não tem preço para alguém que pensa estar sozinho, esse carinho representa muito para quem em algum momento esteve ao lado e agora se encontra distante. A pressa, a falta de tempo, momento oportuno, são apenas desculpas que utilizamos para aplacar a culpa, quem quer dizer algo, encontra a oportunidade. Palavras e ações podem substituir o encontro, quando não puder "estar", deixa o seu lugar reservado à mesa, para o próximo encontro.

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