Palavras dizem o que tem para dizer

Palavras não são invisíveis, tomam a forma e a densidade daquilo que intentam dizer. Palavras matam, saram, curam, ferem, trazem alegrias, levam às lágrimas e fazem rir, acendem a chama do entendimento e apagam a interpretação, cada um dá-lhe o valor que lhe imputam ou  ficam sem dizer nada, em meio a tantas opções. É protagonizante, dominam o espaço, só depende da forma com que absorvem esses dizeres. Palavras servem para  animar, empurrar para frente, fazer alguém andar mais um pouco, não desistir. Em algumas situações, dependendo da intensidade, também fazem parar, derrubam nas primeiras sílabas, impedem que sigam além, que caminhem para frente, que sejam perseverantes, não deixam o outro seguir. O peso de uma palavra é imensurável, para alguém que não tem outra opção, que tem ouvidos carentes, acreditam em tudo que dizem, e a sua única tábua de salvação é uma palavra vazia, mal dita, entregue sem comprometimento, sem perspectivas, que alguém usou, porque não tinha nada melhor para dizer. Palavras não se apagam, quando marcam um coração, é para sempre, correm faceiras pelo caminho, encontram abrigo onde querem pernoitar. Essas boas palavras seguem silenciosas, tranquilas na direção de quem está com os ouvidos atentos, prontos para serem comovidos com os seus dizeres. Como tornados, causando estragos, onde o vento não consegue recolher, enxurrada de sílabas desconexas, correm as palavras de morte, aquelas que chegam sem nada a acrescentar, fazem apodrecer, querem apenas não deixar viver e estragar o prazer, de ser palavra e ter muito a dizer, valoriza cada sílaba que tiver para oferecer, de braços abertos alguém espera para ouvir o que tem dentro de você.

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