Eu sei o que você fez no verão passado

Com o passar dos anos mudamos a forma e a escala de valores com a qual avaliamos situações e pessoas e passamos a compreender algumas ações. Conforme avançamos e adquirimos novas experiências, aumenta a capacidade para perceber que os erros e ações na juventude, são comuns, escalonados conforme a idade e as fases de cada vivência, há uma continuidade repetitiva dessas atitudes, reproduzidas ano pós ano. Ainda não aceitamos, algumas coisas que os nossos filhos fazem, incomodam algumas ações e a forma como decidem viver a vida. Desejamos um pouco mais de atenção, brigamos para não sermos esquecidas, algumas ordens e orientações já não são obedecidas na sua totalidade, exigimos responsabilidade e comprometimento em diversas áreas, queremos que tenham um direcionamento profissional antes de tudo. Essa fase exige adaptações e uma boa estratégia para preservação do amor, próprio e pelos filhos, se não buscarmos esse entendimento, é um período de grandes conflitos familiares. Mas, como um filme em preto e branco, algumas situações vem à memória, meio desbotadas e sem boa definição, a gente lembra de coisas do passado, flashes, que nos remetem a essa mesma vivência, salvo alguns detalhes diferentes, já falamos ou fizemos a mesma coisa, com os nossos pais. Por mais obedientes e respeitosos, todos os filhos já tivemos o nosso momento de rebeldia e já fizemos os nossos pais chorarem. Essas ações fazem parte da nossa formação, é um período de rompimento ou quebra com as regras, para criarmos o nosso próprio código de conduta, temos a falsa impressão que são ações exclusivas, queremos a liberdade de viver sem ordens, maestros da nossa própria orquestra, pretensão de viver o impossível. Buscar pelo que a gente fez no verão passado, ajuda na compreensão das atitudes dos nossos jovens, e traz um pouco de paz, quando a gente tiver vontade de apertar as bochechas deles até ficarem vermelhinhas. A ciência fala que, a partir dos 23 anos, o jovem começa a reproduzir os ensinamentos com base na educação que recebeu do seu núcleo familiar na infância, tenha fé, tudo vai passar e o tempo, vai dizer se você foi um bom professor. Traz à memória aquilo que te dá esperança.   

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