Amar não é complicado

 A gente decide gostar de alguém e o amor vem naturalmente. Mente e coração, juntos, entrelaçados no objetivo comum de estar juntos. Muitos chegam a pensar que o amor acontece num passe de mágica, numa flecha certeira enviada pelo cupido, que olha uma única vez e já se apaixona, como na fantasia, nas histórias de contos de fada. O amor vem acompanhado pela admiração, pelo desejo de saber mais, pela cumplicidade boba que faz rir à toa, pela vontade de compartilhar, de dividir o pouco que cada um tem. Ninguém se apaixona sem informações, sem saber quem é, ele não acontece sem mensagens secretas e desejo, é o cérebro que diz, às vezes, no primeiro instante que é alguém especial. Ele, o amor, vive de informações veladas, escondidas, escancaradas aos poucos, com conta gotas, cheias de mistérios e vontade de saber mais. Amor não é mato, que cresce sozinho, é orquídea delicada, carente de cuidados. É fogo, mas também é frio, de outono, diga-se, que esfria e aquece ao mesmo tempo, e exige calor e exige frio, simultaneamente. A gente gosta por gostar, sem preço e sem saber de onde vem, mas amar é outra esfera, outro degrau na escada dos sentimentos, posso até ser atraída por uma bela imagem, encher os olhos com a perfeição de um corpo ou de um olhar, me apaixonar por uma bela imagem. Mas o amor, esse vive das coisas sem explicação, das mais improváveis, das que são imperfeitas, entendo que o amor vive do desejo de construir, de moldar situações, para que ao longo do tempo pareçam perfeitas. Amor é coisa doida de entender,  é sem explicações, a força motriz que empurra em direção ao outro, sem esforço, mas que acende a chama, faz queimar, por vezes, até faz chorar. Mas só ama de verdade, o que entende, que amor perfeito não existe, é na imperfeição que ele acontece, e o que mantém esse elo de cumplicidade é o desejo de não desistir, apesar dos percalços e entender que no amor, a dosagem é única, fórmula exclusiva, não dá para compartilhar. 

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