Buscamos por palavras adequadas para extravasar sentimentos, remanejamos emoções e tentamos verbalizar coisas que só existem dentro do nosso coração e do nosso pensamento e é nesse momento que se iniciam as maiores divergências: expressar o que o coração sente com palavras que não podem ou não devem ser ditas e mascarar sentimentos na busca pela grafia adequada, porque não há dizeres inocentes ou sem pretensões. Essa busca apaga, um pouco, a essência sobre o que se deseja dizer, a linguagem escrita rouba do texto dos nossos pensamentos, a originalidade, sobra a ideologia e a certeza de que é refeito toda as vezes que é anunciado. Não existem palavras ideais, o que existe, são tentativas de expressão, maquiadas pela necessidade de parecer capaz de manter o domínio sobre as palavras em todas as situações. Os sentimentos escritos sofrem manipulações, a partir do momento que a mente decide como colocar em palavras essas emoções, a sua essência inicial, já está perdida, corrompida,  diante das inúmeras ideologias. Sentimentos e palavras são adversários,  um está contra o outro, em um contraponto desfavorável. Das coisas que desejamos dizer, boa parte delas se perdem no caminho que tem que percorrer, do coração até a mente e posteriormente até a verbalização. Quando pensar em dizer, fala rápido, para que não se apague toda a emoção das suas palavras, a real essência, se perde, nessa busca pelo dizer ideal.

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