Mulher adequada, não cabe dentro da caixa

Quando os meus olhos encontram os seus, busco, nessa primeira impressão, encontrar elementos que façam jus às minhas expectativas. Crio imagens sobre a sua pessoa, mas o que vejo frustra as minhas aspirações. Uma mulher, para ser competente, na sua vida profissional, tem que se vestir da forma adequada. Imagina uma cientista competente desalinhada, não passa credibilidade, causa certa desconfiança, os padrões exigem que esteja sempre arrumada, com cabelos, unhas e roupas impecáveis, não é necessário que também seja bonita, esse ambiente corporativo até que aceita essas imperfeições.
Uma mulher para ser amada, não pode ser feia, nem gorda, nem mal vestida, não é possível que algum homem seja feliz ao lado de uma pessoa, que não esteja sexualmente atraente em todo o tempo, é inadmissível que não esteja sempre arrumada, cheirosa e magra e consiga manter um casamento pleno e cheio de amor.
Uma mãe, para ser amada e respeitada, não pode falar não para o filho, não pode impor muitas regras. Deve deixar fazer o que quiserem, não impor limites, nem chamar muita atenção para os seus erros, não mandar fazer nenhum serviço doméstico e não reclamar do tempo que ficam nas redes sociais, podem virar adultos revoltados.
Uma mulher alegre, é aquela que está sempre sorrindo e feliz, cara feia e lágrimas, é coisa de mulher malvada, não gostam de pessoas que tem a cara fechada, ou que não sorri o tempo todo.
Uma mulher amiga é aquela que fala em todo o tempo que você é maravilhosa, está sempre disposta a fazer o que te agrada e nunca contraria as suas vontades.
Uma médica competente, conhece você pelo nome, conta histórias engraçadas e pergunta sobre os membros da sua família. Se,  só se interessa pela sua doença, não é boa profissional.
Uma cantora, só tem o seu talento reconhecido, se apresentando com  roupas sensuais, que deixem o corpo a mostra e se sujeite aos padrões vigentes de comportamento.
A nossa cultura cria estereótipos e definições sobre como devemos nos comportar e agir para sermos consideradas adequadas, e nós, replicamos esses comportamentos que consideramos abusivos. A gente concorda, porque acolhe essa padronização.
Uma mulher, de verdade,  competente, amada, sincera, boa mãe, amiga, profissional  talentosa, é alguém feliz, dentro do corpo, da vida e do jeito que decidiu ser. A gente não cabe dentro da caixa. 

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