#sofrimento#culpa#acusação#misericórdia

Algumas pessoas veem o sofrimento ou as situações de calamidade como castigo, estão sendo disciplinados pelos seus erros. Supõe que essas pessoas estão pagando por algo e que Deus está cobrando a conta, e é justo que paguem pelas suas falhas. Essa acusação nos torna menos solidários, mais frios em relação a dor do outro, faz com que a soberba inunde os nossos pensamentos e fazem achar que somos melhores que os que passam pelas dificuldades. Estamos bem na fita com Deus.
Agimos como juízes, buscamos provas que incriminem o acusado, para imputar mais acusações, sem pesos na consciência. A situação é mais ou menos dessa forma: Se vive em situação de vulnerabilidade social é porque tem vícios, não gosta de trabalhar. Se tem muitos filhos e não tem condições para os sustentar, é irresponsável. Se tem doença sexualmente transmissíveis, é negligente. Se não tem emprego, é porque não se dedicou aos estudos ou não perseverou na busca. Se sofreu um acidente, estava acima da velocidade ou foi imprudente. Se é vítima da violência doméstica ou sexual, não tomou o devido cuidado. Se é usuário de drogas, escolheu o vício. Se é ateu, merece o que está passando, não deve receber o perdão. A gente sempre encontra justificativas para essas acusações, temos argumentos prontos para incriminar e o fazemos de um jeito que não contraponham com as nossas ações, é comum olhar somente para o que o outro faz e pensar nas consequências como punição para esse erro.
A bíblia fala em não agir como juiz, diz também para não julgarmos, temos o livre arbítrio para fazer as nossas escolhas, mas não sabemos os caminhos que cada um trilhou para chegar nesse desfecho.
Quando a gente entender que algumas atitudes não devem ser julgadas e que devemos sempre ter um coração solidário, pronto a agir com misericórdia, sem pensar no que aconteceu e nos colocarmos no lugar do outro sempre que surgir alguma dúvida. Deus não castiga ninguém individualmente. A vida se encarrega de fazer as perguntas e trazer as respostas, cuide para que não seja julgado com o mesmo rigor. Não somos onipotentes e nem onipresentes, faltam provas para que façamos as acusações. Nas tragédias e na vida, somos todos inocentes, até que Deus dê o veredito final.   

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