Dia de velho, viver ou morrer

 O passo é incerto, os cabelos já não possuem cor, a agilidade foi embora, o corpo cansado já não sabe mais o que fazer, tudo vai ficando mais difícil, pesam os ombros, há arrependimentos sobre o que não fez, ou que não deveria ter feito, é uma viagem marcada pelo cansaço, no corpo a poeira da estrada deixa as suas marcas, os olhos carregam tristezas, vivem sem brilho, espera por recompensas não recebidas pelo trabalho árduo. Ser velho, é entender que a vida não só acaba quando a morte traz o adeus definitivo, a gente morre um pouco todos os dias, pela falta de paz e da certeza de que deveria ter aproveitado mais os instantes de alegria. A espera pelo amanhã, vai se tornando cansativa, dia de velho é cheio de complicações, porque não vemos compensações satisfatórias sobre o tempo e o trabalho duro, tudo que foi feito, foi em vão, não valeu de nada, é tudo tão insignificante diante do fim. Cada amanhecer trouxe consigo uma carga de obrigações, compromissos e trabalho pesado, para então, descobrir que tudo que fizemos, foi por nada. Toda manhã, chega trazendo um dia a menos, na conta total dos seus dias. Faça valer cada um desses momentos, viva intensamente cada instante, a gente vive e morre um pouco, em cada amanhecer.