Resiliência inata

A gente diz que não se importa e continua sofrendo. Fala que perdoa, mas o coração guarda ressentimentos. Diz que não liga e continua esperando uma resposta. Que nunca vai perdoar, para em seguida, sofrer tudo de novo. Em uma infinidade de vezes, pensamos e fizemos ameaças, que nunca cumprimos, chegamos a pensar que a paciência é sem limites, mas daí, diante de novos acontecimentos, percebemos que ainda resta certa quantidade de tolerância, há uma resiliência inata em todos os seres, capacidade para esticar a corda até o limite e não se romper, sempre pronta para esticar mais um pouco. Diante dessas constatações, há que se pensar que não há consequências sobre ameaças não cumpridas, que as palavras não tem importância, que sempre haverá o perdão. Será? Cada pessoa tem um limite, ainda que não tenha consciência, suas ações denunciam o início do fim. Há um desapego sobre os sentimentos, aos poucos, vai acabando a ira, as palavras são controladas, tanto faz as ações. Perto do fim, a gente não liga mais, algumas situações perdem a importância, já não queremos brigar, já não existe a dor, a gente se prepara emocionalmente para não sofrer e o coração cauterizado não será submetido facilmente. Melhor que não acabe o ânimo, a resiliência garante que sobreviva e que tenha paz para perdoar sempre.  

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