Estranho no ninho
Vivemos como estranhos no ninho, dentro da nossa vida, carentes de uma identidade, presos pelas convenções e pensamentos e reféns da imaginação sobre uma vivência que não existe. Metade do armário está ocupado por roupas que nunca serão utilizadas, porque não servem no tamanho ou porque compramos para alguém que não se encaixa no padrão da vida que levamos. A maioria das mulheres não resistem aos sapatos extravagantes, e compram sabendo que nunca terão uma oportunidade para usá-los. Poucas podem dizer que puderam escolher os objetos e móveis que tem em casa, não há uma identificação. Uma grande maioria se sentem insatisfeitas com os rumos profissionais. Algumas, estão presas a relacionamentos abusivos, sonhando com o príncipe que virá resgatá-las. Mas o que fazer diante dessa falta de identidade, troca de vida? Algumas pessoas desistem dos relacionamentos, abandonam profissões, mudam de casa e mesmo assim não conseguem esse equilíbrio. Há grande frustração em permanecer dentro de um sistema que não se encaixa naquilo que quer para si. Às vezes, olhamos e não encontramos nada que seja absolutamente nosso, o que foi feito até aqui, não foi suficiente. Costumamos dizer que tem a ver com as condições financeiras, mas é comum gente que tem muito dinheiro não ter essa identidade. Talvez paixão, coragem, fé, determinação, resiliência, falta alguma coisa para que o resultado seja satisfatório. John C. Maxwell diz no livro Talento não é tudo que é a paixão que fortalece o talento, essa motivação torna possível as transformações. Chega um tempo que a gente precisa se reconhecer nessa pessoa que olhamos no espelho todas as manhãs. O tempo caminha depressa, não espere muito nessa identificação. Jogue fora as roupas que não combinam com você, abra espaço no armário para novas possibilidades. Use todos os sapatos. Arrume a casa do jeito que gosta de morar. Tenha coragem para se afastar de pessoas que não fazem bem. Compartilhe a vida com pessoas que fazem você rir. É muito importante, antes de iniciar as mudanças, saber quem é essa pessoa que pensa ou deseja ser, quais são os seus planos e o que move o seu coração. Tem gente que pula do barco, sem saber qual direção deseja seguir e acaba morrendo afogado.
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