Deep Web do coração

 Volto os olhos para dentro, busco os lugares escuros, o que não desejamos mostrar, esconderijos secretos, onde quase não se enxerga nada, deep web da mente, nesse local estão as nossas verdades, os desejos mais secretos, os sentimentos reais. Não posso dizer que o coração na sua parte rasa consiga guardar todos os sentimentos, é lá no fundo, no meio do lodo, nos cantos mais escuros, que realizamos o nosso verdadeiro eu, o nosso todo, que nos mostramos como realmente somos, sem máscaras. Quem somos longe das luzes ou dentro dos pensamentos, é que dizem a que viemos, é nessa escuridão de sentimentos que podemos assumir as nossas verdades,  falar das coisas escusas, sem filtros, só verdades e sem vergonha de se mostrar. Nas partes altas do nosso coração, estão os sorrisos, as gentilezas, o sim, a caridade, o amor, a resiliência, o perdão, o que é direito. Com o tempo, a gente vai descendo aos lugares mais escusos e consegue perceber que o "riso" está regado com lágrimas, que a "gentileza" é também interesseira, que o "sim" foi obrigado, que a "caridade" tem preço, que o "amor" faz doer, que a "resiliência" é da boca para fora, que o perdão carrega mágoas e que nenhuma verdade é absoluta.

Déa Corrêa

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