Não somos senhores das nossas memórias

 O que faz o coração doer de saudades, são as vivências que compartilhamos, coisas que a gente lembra e carrega no peito a necessidade de querer reviver, mais uma vez ter esse prazer, ainda que essas lembranças existam apenas no nosso imaginário, porque a importância deles não é a mesma, marcadores diferenciados para cada pessoa. A vida, sofre constantes mudanças, não somos senhores das nossas memórias, o espaço e os sentimentos tendem a ser modificados, só existem na nossa imaginação. E a gente pensa na morte como única responsável pelo fim desses momentos, dessas lembranças, quer de volta o instante perfeito, mas esquece que a maioria das coisas que temos saudades, são daquelas que não conseguimos reviver, porque a pessoa e o lugar sobre o qual temos saudades, não existem mais, não porque morreu, mas viveu demais. A morte de pessoas amadas trazem consigo o sofrimento da perda, a tristeza pela partida, o sentimento de que o todo nunca mais estará completo, mas por outro lado, essa morte física, tem poder para perpetuar as nossas memórias, marcar as lembranças, guardar para sempre os momentos vividos, e nunca serão modificados ou transformados, quem morreu encerrou a história, colocou um fim ao capítulo, sem nada a acrescentar, vive para sempre em nós, guardados na imaginação, intactos e perfeitos como só a saudade tem como fazer lembrar, trazendo consigo sempre um saudosismo, uma vontade de voltar e conseguir encontrar o lugar, exatamente da forma como deveria estar, mas se o dono da saudade, não morreu,  corre depressa, sem demora, as pessoas e o tempo mudam, vai que não consegue mais achar, a pessoa e o lugar, que quer encontrar...

Déa Corrêa

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