Somos todos poetas

Palavras nem sempre refletem o que querem dizer,  não são encontrados  adjetivos capazes de verbalizar os sentimentos humanos, porque são confusos e exigem uma adequação segundo a formação cultural de cada ser e essa discrepância na busca pela palavra ideal, chega a causar desconfortos, distorcem os significados porque diz o que não deveria ser dito, e o que se diz não é o que quer dizer. Em algumas situações não é possível expressar os sentimentos porque palavras adequadas distorcem os significados, e essas palavras moduladas não exprimem os nossos desejos de fala. Para entender melhor, buscam sinônimos que apaguem a agressividade ou a suavidade das  emoções. Falam  o que não deveria ser dito porque não buscam a adequação das palavras e falam além do necessário, em outros deixam de verbalizar sentimentos por medo do que essas palavras irão mostrar. Aprendi na faculdade que nenhum discurso é inocente, a fala expressa, mesmo que escondida entre metáforas e sinônimos suavizados, o real significado. Não adianta esconder, elas, as palavras, não conseguem disfarçar, podem até tentar encontrar formas corretas ou adequadas a determinadas situações, mas quando deixamos os sentimentos em lugar da razão verbalizar o discurso, é impossível impedir que essas palavras não tomem a sua forma natural, como a água toma a forma do caminho que lhe é proposto assim se faz com as palavras. É inerente ao ser humano a expressão dos sentimentos através da fala e da escrita, uma necessidade básica que escondem segredos que precisam ser desvendados. Mesmo que vestidas de flores algumas delas contém espinhos, que chegam a machucar se não forem interpretados na sua significação correta. A verdade é que palavras e fala expressam sentimentos e importa que haja sensibilidade na sua interpretação. Já dizia Fernando Pessoa que o poeta é um fingidor, no fim das contas, somos todos poetas.

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